quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Desabafo de um domingo a tarde.

E então eu respirei fundo.


Não havia nada o que fazer mesmo.
Eu tivera sido enganada pelo amor da minha vida, a quem jurei amor eterno, fidelidade e até, olha que avanço, troca de alianças. Para quê? No final o que ficou? O que sobrou do amor? Mágoa.
A minha melhor amiga tinha se transformado em alguém que sabe lá quem é agora... tudo tão diferente. Tudo tão estranho.
Ainda hoje, as vezes o nó na garganta aparece, as minhas mãos ainda ficam gélidas, ainda dá ardência em meus olhos, mas agora é diferente. Agora não é gelado. É quente, e o líquido fétido da angústia agora escorre devagar, quase parando.
Não. Agora não é tão mais intenso. Talvez porque eu já estou tão acostumada que não me fere mais quanto antes. Hoje é morno por ser uma sensação já conhecida. O corpo já reconhece. O corpo já sabe. As lágrimas que caem hoje, não são as mesmas.
Não é mais tristeza, talvez nem dor. Talvez é ódio. Ódio de viver 18 anos na minha vida sempre tentando ser quem não era. Procurando alguma coisa que realmente me fizesse feliz. E eu agarrei todas as oportunidades, mas me ferrei em todas elas.
Talvez a felicidade seja uma utopia que algum sem-ter-o-que-fazer inventou. Mas se tanta gente a tem talvez não seja invenção da cabeça das pessoas ou o mundo inteiro sonha o mesmo sonho e eu que sempre tão diferente andei pelo lado errado da estrada do paraíso?
O que me faz feliz hoje? Quando me pergunto isso meus olhos se enchem de lágrimas que eu não compreendo do que elas são formadas. Tristeza? Raiva? Raiva de ter tudo, absolutamente TUDO e mesmo assim viver angustiada? E digo mais, desde os primórdios da minha existência eu me sinto assim. E. Por quê? Pra quê? É um carma divino? É obra de feitiçaria? Porque nessa altura do campeonato, eu e minha cabeça que não para um segundo sequer de matutar já pensamos de tudo, sem achar resposta.
O pior é que não tenho com quem conversar e que vai me entender, que vai compreender o que eu sinto. Eles vão me julgar outra vez, jogar na minha cara coisas horríveis sobre mim, como sempre fizeram. Há de existir nesse mundo alguém que me entenda? Há de existir nesse mundo? Alguém?
Eu me refugio em sorrisos que eu não quero sorrir, em palavras engraçadas que eu não quero dar.
Eu me apego em coisas que acho que são boas para mim. E são? São boas? O que elas querem de mim? O que a vida quer de mim?
Eu nunca me senti como se onde eu estou, seja o meu lugar. É como se algo no mundo lá fora me chamasse e me puxasse pelas mãos desesperadamente também se sentindo como eu. Tendo tudo e mesmo assim viver na angústia.
Pra uns falta de Deus, pra outros, falta de tapa. Pra mim são todos imbecis. Eu tenho a minha fé. Eu tenho a minha disciplina. E talvez esse seja o meu maior defeito. O meu maior pecado diante de meus irmãos.
No final eu descubro, que não há nada de errado com ninguém. O amor da minha vida sempre será o amor da minha vida e é ele que me proporciona as mais sinceras felicidades e por querer tanto minha felicidade é que talvez me engana. Talvez eu exija isso das pessoas sem saber, talvez eu exijo delas o engano. Talvez elas me conhecem melhor e sabe como eu sou por dentro e por isso não querem que eu sofra mais. Porque eu sofro. Um sofrimento sem razão. Talvez ela até exista, mas, um dia eu vou descobrir. Um dia talvez. Um dia, talvez, eu descubra o que se passa na parte negra do meu coração. Pois eu sei que nele existe uma parte em que só há nuvens negras e carregadas de eletrecidade que se chocam sem dó nem piedade.
A minha família é tudo o que tenho. Quanto aos amigos, eles me dão medo. Um medo que me faz afastar-se deles. Que me faz não querê-los. O raio cai mais de 2 vezes em um mesmo lugar, porque não acontecer as mesmas desilusões?


Esse texto foi escrito quando "eu tinha quase que 18" . Dedico a Renata Salas, não sei porquê... :D

Um comentário: